Quem pode tomar a vacina da dengue?

A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, comum em países tropicais como o Brasil. Causa febre alta, dores musculares intensas, mal-estar e, em casos graves, pode evoluir para a forma hemorrágica, com risco de morte. 

Devido à alta incidência da doença, especialmente em épocas de chuva e calor, a prevenção é uma das maiores preocupações das autoridades de saúde. Entre as estratégias mais eficazes para conter a propagação da dengue está a vacinação. Mas a pergunta que muita gente faz é: quem pode tomar a vacina da dengue?

Vacinas contra a dengue: um panorama

Atualmente, existem duas vacinas principais aprovadas para uso no Brasil:

  1. Dengvaxia® (Sanofi Pasteur) – Aprovada pela Anvisa em 2015, é indicada apenas para pessoas que já tiveram dengue anteriormente.
  2. Qdenga® (Takeda Pharma) – Aprovada em 2023, essa é a vacina mais recente e pode ser administrada mesmo em pessoas que nunca tiveram dengue.

A introdução da Qdenga marca um avanço importante, já que amplia significativamente o público que pode se beneficiar da vacinação. A seguir, vamos detalhar quem pode tomar a vacina da dengue, quais são os critérios, os grupos prioritários, e quais são as recomendações atuais do Ministério da Saúde.

Quem pode tomar a vacina da dengue – Qdenga?

A vacina Qdenga (TAK-003), desenvolvida pelo laboratório Takeda, é a principal aposta do governo brasileiro para conter os surtos de dengue. Ela é composta por vírus vivos atenuados e oferece proteção contra os quatro sorotipos da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).

Quem pode tomar a vacina da dengue:

  • Pessoas entre 4 e 60 anos podem receber a vacina.
  • Não é necessário ter tido dengue anteriormente.
  • Indicada tanto para prevenção primária (quem nunca teve dengue) quanto para reforço imunológico (quem já teve).

Esquema de vacinação:

  • A Qdenga é aplicada em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas.
  • A proteção se inicia cerca de duas semanas após a segunda dose.

Grupos Prioritários:

Embora aprovada para um público amplo, o Ministério da Saúde prioriza determinados grupos com maior risco de exposição e complicações. Em 2024, a vacinação foi implementada de forma escalonada em municípios com alto índice de transmissão e densidade populacional, focando inicialmente em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo que concentra o maior número de hospitalizações por dengue nos últimos anos.

Quem não pode tomar a vacina Qdenga?

Como toda vacina, a Qdenga possui contraindicações. Veja quem não deve receber a vacina:

  • Gestantes e lactantes: Ainda não há dados suficientes sobre segurança nesse grupo.
  • Imunossuprimidos: Pessoas com doenças que afetam o sistema imunológico (como câncer, HIV com baixa imunidade ou uso de medicamentos imunossupressores).
  • Pessoas com alergia grave a algum componente da vacina.
  • Pessoas com febre alta no dia da aplicação devem adiar a dose.

Além disso, a vacina não é indicada para pessoas com mais de 60 anos, pois não há evidências suficientes de eficácia e segurança nessa faixa etária até o momento.

Quem pode tomar a vacina da dengue – Dengvaxia?

A Dengvaxia foi a primeira vacina aprovada no Brasil contra a dengue, mas possui uma restrição importante: só pode ser usada em pessoas que já tiveram dengue confirmada anteriormente. Isso porque, em indivíduos que nunca tiveram dengue, a vacina pode aumentar o risco de formas graves da doença em caso de infecção futura.

Quem pode tomar a vacina da dengue:

  • Pessoas entre 9 e 45 anos.
  • Apenas aquelas com comprovação laboratorial prévia de infecção por dengue.

Quem deve evitar:

  • Pessoas sem histórico de dengue.
  • Gestantes, lactantes e imunossuprimidos, pelos mesmos motivos citados na Qdenga.

Por que a vacina não é para todos ainda?

A vacinação contra a dengue está sendo implementada de maneira gradual por diversas razões:

  1. Disponibilidade limitada de doses: O laboratório fabricante não consegue, neste momento, produzir vacinas suficientes para imunizar toda a população.
  2. Prioridade epidemiológica: O Ministério da Saúde está usando dados para identificar onde a vacinação terá maior impacto, priorizando regiões com maior incidência de casos e hospitalizações.
  3. Estudos de eficácia por faixa etária: A vacina foi testada com mais profundidade em crianças e adultos jovens, e os estudos com idosos ainda estão em andamento.

Por que tomar a vacina da dengue?

A dengue é uma doença imprevisível. Mesmo uma pessoa saudável pode desenvolver a forma grave, que inclui hemorragias, queda da pressão arterial e risco de óbito. Além disso, cada nova infecção por um sorotipo diferente aumenta o risco de complicações.

Benefícios da vacina:

  • Redução do risco de infecção sintomática.
  • Menor chance de hospitalização e óbito.
  • Proteção contra os quatro sorotipos da dengue.
  • Auxílio no controle de surtos e epidemias, especialmente em áreas urbanas.

A vacina substitui os cuidados com o mosquito?

Não. A vacinação é uma ferramenta de prevenção, mas não substitui as medidas tradicionais de controle do mosquito Aedes aegypti.

É fundamental continuar:

  • Eliminando água parada.
  • Limpando calhas e ralos.
  • Usando repelentes e telas protetoras.
  • Denunciando focos do mosquito à vigilância sanitária.

O combate à dengue é uma responsabilidade coletiva, e a vacina vem para reforçar essa luta, não para substituí-la.

A vacina da dengue representa uma esperança concreta na luta contra uma das doenças tropicais mais comuns e perigosas do Brasil. 

Quem pode tomar a vacina da dengue, deve tomar. 

A Qdenga, por ser indicada mesmo para quem nunca teve a doença, amplia consideravelmente o número de pessoas que podem ser protegidas. No entanto, nem todos podem tomar a vacina ainda, seja por idade, condição de saúde ou disponibilidade na rede pública.

Por isso, é essencial ficar atento às campanhas de vacinação no seu município e às orientações do Ministério da Saúde. E, mais importante ainda, manter os cuidados básicos de prevenção contra o mosquito.

Proteger-se da dengue é possível — e, agora, mais do que nunca, vacinar-se pode salvar vidas.

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